Eu nunca ouvi nestepaís tantos nestepaíses como nos últimos tempos. É natural que, no meio político, volta e meia, se compare alguma coisa para ressaltar os feitos - ou para denunciar os malfeitos dos sucessores. Mas o objetivo de qualquer governo deve ser essa mesmo, de melhorar a situação, de superar os que o antecederam. E, é bom lembrar, que nem sempre a última martelada foi a única responsável por ter pregado o prego.
Todo mundo sabe mais ou menos como é que se faz esse proselitismo político nesse terreno dos feitos: criam-se as chamadas séries histórias, que na realidade é uma forma de escolher um intervalo favorável para as estatísticas de qualquer atual governo. Tudo o que desfavorece é esquecido, relegado, desprezado. Melhor não falar naquilo que não nos favorece, o que nos desqualifica.
Não vamos falar em índices de criminalidade, nem vamos lembrar que a criminalidade subiu mais de dez vezes nas últimas décadas. Quando falarmos em desemprego vamos lembrar dos empregos informais, alguma coisa como o pé grande: a gente sabe que existe, mas ninguém sabe, ninguém viu. É preciso ter uma memória seletiva para poder usar com liberdade uma montanha de nestepaises.
Agora mesmo se faz de tudo para promover a camarada Estela, mãe Dilma. Ela só aparece nas boas. Não vejo ela explicando as nossas mazelas, ao contrário, vejo-a fugindo das polêmicas como o diabo da cruz e abraçando qualquer coisa que se faça melhor agora nestepaís.
Eu até nem daria bola, se eu não tivesse que conviver com essa gente nessepaís. Quer saber? Dá vontade de ir paraoutropaís...